
Após 16 anos de sua criação, a feira passou a ser administrada pela ABIO e integra o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas
A primeira vez que a Feira Orgânica da Glória realizou suas atividades foi no ano de 1992, logo após a realização da ECO-92, que, com a finalidade de discutir sobre os impactos no meio ambiente, deixou para o Rio de Janeiro a herança de se pensar sobre a importância da conscientização acerca do tema.
Durante o período, funcionou por uma semana e retornou somente em 1994, quando foi oficialmente criada. A feira foi a primeira a comercializar produtos orgânicos na Cidade do Rio de Janeiro, sendo a pioneira em abrir espaços para outras possibilidades na esfera da alimentação saudável e sustentável.
Ela foi também porta de entrada para o escoamento dos produtos cultivados pelos poucos agricultores familiares, na época, e para a mudança neste cenário. Pois, durante o ano de 2007, os produtores orgânicos vivenciavam uma crise por não terem opções para a comercialização de seus alimentos. Pensando nisso, a ABIO retornou às origens e iniciou o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação (SMDEI), em 2010.
Após 16 anos de sua criação, a Feira Orgânica da Glória passou a ser administrada pela ABIO e integra o circuito, ao lado de outras feiras que aos poucos foram se espalhando pelas Zonas Sul e Norte carioca. Hoje, ela conta com o total de 37 bancas, sendo algumas de produtores do Rio de Janeiro, como a Agroprata, por exemplo.
“A criação do Circuito Carioca de Feiras Orgânicas trouxe segurança para a feira, porque ao estar legalizado, há um decreto que te protege. Isso fortalece e muito o comércio dos orgânicos, que vem crescendo bastante, embora a Feira da Glória já tenha um bom movimento. Agora, os feirantes e produtores têm respaldo, com a certificação.” Explica Luciana Gomes de Moraes, gerente da Feira Orgânica da Glória.
De acordo com a coordenadora, desde o seu início, a feira sempre foi ligada não só à área orgânica, como também à cultural. Além da venda dos produtos, do fortalecimento da conscientização alimentar e da produção sustentável, há atividades como teatro, música, contação de história e circo. A fidelização de clientes ao espaço é outra questão interessante para ser observada. Os profissionais que atuam na feira acompanham gerações de famílias, que iniciaram o consumo ali e repassaram o costume para filhos e netos.
No entanto, a feira orgânica ainda precisa de apoio, que Luciana afirma ser importante para consolidar ainda mais a importância dos produtores e feirantes locais. “Precisamos do olhar de entidades ligadas à sustentabilidade, por exemplo. Que elas integrem o comércio orgânico, realizando rodas de conversas e palestras em prol da conscientização dos clientes. A iniciativa do Projeto Olhar Saudável é ótima, pois traz justamente visibilidade para o trabalho de todos os envolvidos no circuito”. Comenta.

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